17/09/2018 00:00:00
As vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo atingiram R$ 53,6 bilhões em junho, alta real de 3,5% em comparação ao mesmo período de 2017. Foi a maior cifra para o mês desde 2013. Assim, o faturamento real do setor registrou elevações de 5,7% no ano e de 5,2% no acumulado de 12 meses. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SefazSP).
No mês, a maioria das atividades do comércio apresentou expansão, assim como quase todas as 16 regiões do Estado, com exceção ao consolidado das concessionárias de veículos e no faturamento real do comércio na região de Presidente Prudente. Das nove atividades pesquisadas, sete mostraram aumento em seu faturamento real em relação a junho do ano passado, com destaque para o grupo outras atividades (6,1%) – em que predomina o varejo de combustíveis –, e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (10,5%). Somadas, essas altas contribuíram para o resultado geral com 2 pontos porcentuais (p.p.). O único segmento a apresentar retração foi o de concessionárias de veículos (-3,9%), resultando em uma pressão negativa de 0,5 ponto porcentual, enquanto autopeças e acessórios apontou estabilidade.
Segundo a assessoria econômica da Entidade, os resultados de vendas do varejo em junho afastaram os temores de impactos mais profundos da paralisação dos caminhoneiros sobre a atividade. Esses reflexos ficaram restritos a maio. Além disso, os resultados de junho, em termos gerais, podem ser qualificados como positivos, considerando os reflexos observados em outros indicadores de atividade, como na indústria, e, principalmente, sobre a inflação, que subiu de forma vigorosa entre maio e junho. A manutenção do ritmo de vendas em padrões positivos, dessa forma, indica que, ao mesmo tempo que a intenção de consumo permaneceu estável, a tendência para o comportamento do varejo até o fim do ano também segue em patamares otimistas, avalia a FecomercioSP.
Expectativa
As turbulências políticas refletidas no mercado de câmbio e nas Bolsas são elementos importantes para definição do comportamento do varejo até o fim de 2018. No momento, assume-se como tendências, que devem prevalecer até o final do ano, um cenário de inflação sob controle e manutenção e de equilíbrio no quadro institucional e político. Entretanto, isso não exclui atenção para a intensidade que esses efeitos terão sobre o comportamento futuro dos preços, pois disso dependerá a manutenção do ritmo de vendas observado até agora. Ainda de acordo com a Federação, considerando os resultados recentes de vendas, as projeções apontam para um crescimento anual ao redor de 4% em 2018, um ponto abaixo da estimativa anterior.
Fonte: FecomercioSP